Feliz Ano Novo!


"Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos"                                                                       Antoine de Saint-Exupéry

Se nos concentrarmos naquilo que é essencial, será certamente um Ano Feliz!
Os meus votos de um Excelente Ano Novo para todos e a promessa de continuar a procura pelas melhores receitas.
                                                                                       Helena Pereira



Muffins de ruibarbo e "crème anglaise"


O ruibarbo é uma planta originária das montanhas asiáticas, possuindo propriedades medicinais comprovadas. Apenas são comestíveis os talos, que têm normalmente uma cor rosada e apresentam um sabor ácido característico, muito agradável.
É normalmente usado em compotas ou sobremesas, sendo comum em Inglaterra a sua utilização no crumble ou em tartes/tarteletes, sózinho ou misturado com outros frutos como por exemplo a maçã, morangos ou frutos vermelhos.
Nesta receita de muffins, a massa é intercalada com um "crème anglaise" o que lhe confere uma consistência muito leve.



Adaptado de:  Le Grand Livre Marabout de La Pâtisserie Facile, 2012

Ingredientes:
  • 300 gr de farinha com fermento
  • 75 gr de farinha sem fermento
  • 165 gr de açúcar em pó
  • 100 gr de manteiga derretida
  • 250 ml de leite
  • 1 ovo
  • 330 gr de ruibarbo finamente picado
  • 1 c. sopa de açúcar mascavado
Para o "crème anglaise":
  • 250 ml de leite
  • 1 vagem de baunilha ou algumas gotas de extracto de baunilha
  • 3 gemas
  • 50 gr de açúcar
Preparação:
  1. Começar por preparar o "crème anglaise": levar ao lume o leite com a vagem de baunilha (depois de lhe retirar as sementes) e deixar ferver. Retirar a vagem de baunilha. Numa taça bater as gemas com o açúcar até obter um creme esbranquiçado.
  2. Deitar o leite sobre a mistura, lentamente e mexendo sempre para evitar que coagule.
  3. Levar novamente a lume brando e deixar cozer até engrossar, mas sem nunca deixar ferver.
  4. Deitar numa taça, e deixar arrefecer.
  5. Pré-aquecer o forno a 200 ºC. Untar cerca de 12 formas de muffins.
  6. Peneirar o açúcar e as farinhas para uma taça.
  7. Misturar o leite, a manteiga derretida e o ovo, e adicionar aos ingredientes secos, sem mexer muito, apenas o suficiente para misturar os ingredientes.
  8. Incorporar cerca de metade do ruibarbo picado.
  9. Colocar em cada forma um pouco de massa, em cima um pouco de "crème anglaise", e de seguida mais um pouco de massa.
  10. Finalizar com alguns pedaços de ruibarbo e polvilhar a superfície com o açúcar mascavado.
  11. Levar ao forno durante cerca de 25 minutos, até que fiquem dourados.
  12. Retirar do forno, deixar arrefecer 5 minutos e retirar das formas, deixando arrefecer sobre uma grelha. Polvilhar com um pouco de açúcar em pó.
 


Pacotinhos de polenta com mozarella e presunto

Mais uma receita de polenta, desta vez para uma entrada. É muito simples de fazer, e deve ser comida quente, quando está macia e ao mesmo tempo crocante por fora.





Ingredientes:
  • 2 chávenas de polenta instantânea
  • 25 gr de manteiga
  • 1/2 chávena de queijo parmesão ralado
  • 1/2 chávena de salsa picada
  • 12 bolinhas de mozarella, cortadas ao meio
  • 2 tomates bem maduros, sem pele e sem sementes, em cubinhos
  • 12 azeitonas pretas em lascas
  • 12 fatias finas de presunto
  • azeite e sal

Preparação:
  1. Coloque a água na panela e prepare a polenta de acordo com as instruções da embalagem. 
  2. Retirar do lume, juntar a manteiga, o queijo e a salsa, acertar o sal e deitar numa assadeira quadrada. Alisar a superfície.
  3. Enquanto está mole, marcar os quadrados com uma faca. No centro de cada um afundar a metade de uma bola de mozarella, alguns cubinhos de tomate e lascas de azeitona. Deixar arrefecer, terminar de cortar os quadrados e retirá-los da assadeira.
  4. Aquecer o forno a 220 ºC e untar uma assadeira com azeite.
  5. Espalhar os quadrados pela assadeira, pincelá-los com azeite e levar ao forno cerca de 30 minutos, até que estejam bem dourados e com as bordas crocantes.
  6. Divida o presunto em tirinhas e pouco antes de servir coloque uma tirinha em cada quadrado.



Bolo de caramelo e canela...e Feliz Natal!


Fazer este bolo foi um desafio para uma cozinheira amadora... um bolo com 3 camadas, creme de merengue, decorado com caramelo e nozes. Mas sou fã de tudo o que tem caramelo, por isso resolvi arriscar e no final valeu bem a pena. O creme de merengue para recheio e cobertura deve ser feito com muito cuidado, seguindo criteriosamente as instruções (como não deixei arrefecer completamente o merengue o creme talhou quando comecei a juntar e bater a manteiga, e tive de repetir...mas cozinhar é isso mesmo, aprender com os erros!).
Comecem por preparar o creme de caramelo, depois o bolo e quando este estiver a arrefecer então preparar o creme de merengue. 

E Feliz Natal!

 Adaptado de : "The Boy Who Bakes", Edd Kimber, 2011

Ingredientes:
  • 40 gr de manteiga sem sal, amolecida, mais um pouco para untar as formas
  • 8 ovos grandes
  • 260 gr de açúcar mascavado
  • 200 gr de farinha com fermento
  • 20 gr de farinha de milho
  • 2 c. chá de canela em pó
  • 1 c. chá de noz moscada moída
  • 90 gr de nozes em pedaços grosseiros 
Para o creme de merengue :
  • 250 gr de açúcar
  • 5 ovos grandes
  • 450 gr de manteiga sem sal
  • molho de caramelo *

Preparação:
  1. Começar por preparar o caramelo, conforme as instruções no final.
  2. Preparar o bolo: pré-aquecer o forno a 180 ºC. Untar e forrar com papel vegetal, também untado, 3 formas redondas com 20 cm de diâmetro.
  3. Numa taça que possa ser aquecida, misturar ligeiramente os ovos com o açúcar. Colocar a taça em banho maria, mexendo sempre, até que o açúcar esteja dissolvido. Remover do calor e bater com a batedeira em velocidade média-alta até que a mistura fique fofa e as marcas da batedeira fiquem marcadas na mistura.
  4. Misturar as farinhas, a canela e a noz moscada numa taça. Deitar 1/3 desta mistura peneirada na mistura de ovos e juntar suavemente. Repetir por mais duas vezes até acabar a farinha.
  5. Derreter a manteiga, juntar um pouco da massa anterior e misturar. Deitar então na massa do bolo e misturar levemente.
  6. Dividir a massa pelas 3 formas e levar ao forno cerca de 15-20 minutos. Retirar do forno e deixar arrefecer dentro das formas. Depois de frios, desenformar e retirar o papel vegetal.
  7. Preparar o creme de merengue: colocar 160 ml de água numa caçarola, juntar o açúcar e levar ao lume médio.
  8. Deixar ferver. Entretanto, colocar as claras numa batedeira eléctrica (de preferência que possa funcionar sózinha) em velocidade média. Quando o xarope atingir a temperatura de 115 ºC, começar a bater as claras a velocidade mais elevada. Logo que o xarope atinja 121 ºC, retirá-lo do calor e adicioná-lo às claras, continuando a bater em velocidade elevada e evitando que o xarope caia directamente nas pás da batedeira. Continuar a bater a alta velocidade até que a mistura arrefeça à temperatura ambiente.
  9. Adicionar a manteiga em pequenos pedaços de cada vez e batendo a velocidade média, até estar tudo bem misturado.
  10. Finalmente, adicionar 2/3 do creme de caramelo e misturar bem.
  11. Para montar o bolo, colocar no prato a primeira camada, barrar com um pouco de caramelo e 1/3 das nozes. Barrar então com o creme de merengue. Repetir esta operação com as outras duas camadas. Barrar a superfície e as laterias do bolo com o restante creme. Colocar as nozes e decorar a gosto com o creme de caramelo.





* Molho de caramelo:
  1. Numa caçarola média colocar 150 gr de açúcar e deixar em lume brando até caramelizar.
  2. Retirar do lume, adicionar cuidadosamente uma pitada de sal e cerca de 63 ml de natas. A mistura vai borbulhar violentamente pelo que a adição deve ser feita com cuidado.
  3. Quando a mistura estabilizar e deixar de borbulhar, adicionar mais 63 ml de natas e 10 gr de manteiga com sal, voltar a colocar no lume e mexer até obter uma mistura lisa e uniforme.

Quadrados de limão e coco



Adaptado de: Le Grand Livre Marabout de La Pâtisserie Facile, 2012


Ingredientes:
  • 90 gr de manteiga cortada em pequenos pedaços
  •  150 gr de açúcar em pó
  •  1 ovo
  • 35 gr de farinha com fermento
  • 110 gr de farinha sem fermento
  • 280 gr de lemon curd
 Para a guarnição de coco:
  • 2 ovos ligeiramente batidos
  • 75 gr de açúcar em pó
  • 180 gr de coco ralado
Preparação:
  1. Pré aquecer o forno a 180 ºC. Untar uma forma rectangular.
  2. Bater o ovo, o açúcar e a manteiga com a batedeira eléctrica até obter uma mistura com aspecto de mousse. Incorporar as farinhas peneiradas. Enfarinhar as mãos e guarnecer o fundo da forma com esta preparação.
  3. Colocar a forma 15 minutos no congelador e de seguida levar ao forno cerca de 15 minutos: deve ficar com um tom dourado. Retirar do forno e deixar arrefecer.
  4. Entretanto, mexer o lemon curd com uma colher para homogeneizar. Misturar os outros ingredientes da guarnição.
  5. Quando a base estiver fria, colocar por cima o lemon curd e por cima deste a guarnição de coco.
  6. Levar ao forno cerca de 30 minutos, até atingir uma cor dourada.




Frittata de spaghetti...recheada com tomate, mozzarela e presunto

A frittata pode ser descrita como uma omolete aberta. Tal como a omolete, é uma mistura de ovos cozinhados em manteiga com os mais variados recheios. Mas a textura, aparência e a forma de cozinhar da frittata são bem diferentes da omolete.
Em vez de ser cremosa e irregular, a frittata é firme e regular, tendo o formato da frigideira ou do recipiente onde é preparada.
Os ingredientes que dão sabor à frittata são adicionados aos ovos em cru, sendo de seguida cozinhados em lume brando. De modo a cozinhar de ambos os lados, depois de passar pelo lume é levada ao grill para cozinhar a camada superficial. Outras formas no entanto existem para o fazer, como seja virá-la tal como uma panqueca ou mesmo cozinhá-la integralmente no forno a 180 ºC durante cerca de 15 minutos.

Esta receita é uma frittata diferente, pois além de levar spaghetti cozido e temperado com manteiga, parmesão e salsa, é formada por duas camadas que "enformam" um recheio de tomate, mozzarela e presunto.




Adaptado de: The Essentials of Classic Italian Cooking, Marcella Hazan, 2011


Ingredientes:
  • 225 gr de spaghetti
  • sal
  • 25 gr de manteiga para o spaghetti e 15 gr para cozinhar a frittata
  • 6 c. sopa de queijo parmesão ralado
  • 2 c. sopa de salsa picada
  • 2 c. sopa de azeite
  • 2 c. sopa de cebola finamente picada
  • 125 gr de tomate pelado e cortado em pequenos pedaços
  • 115 gr de mozzarela buffalo, cortado em pequenos cubos
  • 50 gr de presunto em pequenos cubos
  • pimenta preta
  • 3 ovos 
Preparação:
  1. Cozinhar o spaghetti um pouco menos de al dente (vai cozinhar o restante depois) e misturar bem com a manteiga, o parmesão e a salsa. Deixar arrefecer um pouco.
  2. Numa caçarola colocar a cebola e o azeite e deixar refogar até dourar. Juntar o tomate e cozinhar até que a gordura se começe a separar do resto (cerca de 15 minutos). Retirar do lume.
  3. Depois de frio, juntar a esta mistura o queijo mozzarela e o presunto. Incline a caçarola de modo a poder retirar o excesso de gordura.
  4. Adicionar o spaghetti aos ovos previamente batidos, juntar sal e pimenta preta moída, e misturar tudo muito bem.
  5. Numa frigideira que possa ir ao forno, deitar a restante manteiga e quando tiver derretido deitar metade da mistura de spaghetti e ovos, distribuindo uniformemente pelo fundo da frigideira.
  6. Deitar por cima a mistura de tomate, mozzarela e presunto, não deixando que atinja os bordos da frigideira.
  7. Cobrir com a restante mistura de spaghetti, cobrindo toda a superfície da frigideira.
  8. Deixar cozinhar em lume brando cerca de 3-4 minutos sem mexer.
  9. Sempre com o lume brando, inclinar ligeiramente a frigideira para ir cozinhando a frittata pela lateral, e ir rodando de modo a cobrir toda a parede da frigideira ; com uma espátula levantar ligeiramente a frittata e verificar a cor: logo que ganhe uma cor dourada está pronta a ir para o forno.
  10. Levar então a frigideira ao grill até formar uma camada levemente dourada.
  11. Quando estiver pronta, retirar a frittata para um prato e servir  fatiada.


Bolo de beterraba e pepitas de chocolate







Adaptado de: Le Grand Livre Marabout de La Pâtisserie Facile, 2012

 
Ingredientes:
  • 250 gr de manteiga amolecida
  • 220 gr de açúcar mascavado
  • 4 ovos
  • 200 gr de pepitas de chocolate
  • 150 gr de farinha sem fermento
  • 150 gr de farinha com fermento
  • 2 pequenas beterrabas, descascadas e raladas
Preparação:
  1. Pré-aquecer o forno a 170 ºC. Untar uma forma rectangular com manteiga e forrar com papel vegetal.
  2. Bater a manteiga com o açúcar até obte uma mistura cremosa. Incorporar os ovos um a um, batendo bem entre cada adição.
  3. Adicionar as pepitas de chocolate, de seguida a farinha, por duas vezes, e misturar bem.
  4. Finalmente juntar a beterraba ralada.
  5. Deitar a massa na forma e levar ao forno por cerca de 1h 30 m. Quando estiver pronto, retirar do forno e deixe arrefecer na forma cerca de 5 minutos. Retirar então da forma e deixar arrefecer sobre uma grelha.



 

Bochechas de porco em vinho tinto e polenta cremosa

A receita original é um assado de lombo de porco. No entanto achei que se aplicava bem a estas bochechas de porco, uma carne muito macia e saborosa.
O assado é feito em lume muito brando, com a carne coberta pelo vinho tinto e um pouco de grappa, deixando-a extremamente macia e com uma cor castanha bem escura. Para acompanhar, uma polenta bem cremosa à qual se adiciona o molho do assado. Delicioso!





Adaptado de: The Essentials of Classic Italian Cooking, Marcella Hazan, 2011

Ingredientes:
  • 1 cenoura média
  • 1,5 kg de bochechas de porco
  • 1 c. sopa de óleo
  • 25 gr de manteiga 
  • farinha q.b.
  • 2 c. sopa de grappa *
  • cerca de 350 ml de vinho tinto ou um pouco mais
  • 1 noz moscada
  •  3 folhas de louro
  • sal e pimenta preta 
  * a grappa é uma aguardente destilada, perfumada, obtida do bagaço, um resíduo da produção de vinho. Pode ser substituida por Marc, uma bebida Francesa obtida da mesma forma da grappa, ou por Calvados, um Brandy de maçã Francês.
 
Preparação: 
  • Descascar a cenoura e cortar em pequenos palitos que possam ser introduzidos na carne.
  •  Com a ajuda de uma faca, fazer um golpe em cada extremidade da bochecha e introduzir um pedaço de cenoura.



  •  Numa panela larga colocar o óleo e a manteiga, e acender o lume. Quando começar a aparecer a espuma da manteiga, passar os pedaços de carne pela farinha e colocá-las na panela, deixando corar de ambos os lados.
  • Deitar então a grappa e deixar ferver por alguns segundos.
  • Juntar o vinho tinto até cobrir totalmente a carne (se os 350 ml não chegarem adicionar mais).
  • Juntar a noz moscada e as folhas de louro, sal e pimenta preta.
  • Virar os pedaços de carne uma ou duas vezes. Quando começar a ferver, ajustar o lume para que ferva lentamente e manter a panela tapada..
  • Cozinhar durante cerca de 2 horas, virando a carne ocasionalmente até que sinta macia quando picada por um garfo. Se ao fim desse tempo ainda houver bastante líquido na panela, destapar e subir um pouco o lume até que o molho fique mais concentrado.




  • Quando estiver pronto, a carne deve ter um tom bem escuro e o molho, em menor quantidade, é mais espesso, começando a agarrar-se às paredes da panela. 
  • Preparar a polenta e servir imediatamente.




Polenta

A pasta tornou-se de tal forma aceite universalmente como o prato nacional de Itália, que se torna difícil de acreditar que à pouco mais de 2 gerações atrás este alimento era estranho em certas regiões italianas. 
Durante muito tempo nas regiões de Veneto e Friuli, bem como na Lombardia, no Norte de Itália, era a polenta, muito mais do que qualquer outro alimento, a base da alimentação. A sua preparação constituia um ritual, comê-la era como receber um sacramento.

Na altura, tal como hoje, era feita numa panela de cobre, o paiolo, pendurada num gancho no centro de uma lareira. A família acomodava-se à volta da lareira vendo o fluxo brilhante da farinha de milho a entrar na panela a ferver e à espera que o cozinheiro  a transformasse numa refeição. Quando, três-quartos de hora depois, a farinha se transforma em polenta, é derramada numa tábua circular. 

A polenta pode ser usada de muitas formas, como entrada ou prato principal, ou ainda como acompanhamento.
  • Servida quente e acabada de preparar, pode ser servida com manteiga e queijo parmesão ralado, a que se pode adicionar queijo Gorgonzola amolecido à temperatura ambiente cerca de 48 horas.
  • Pode servir de base para camarões cozinhados ao vapor ou outro marisco, a que se adiciona alho bem picado e azeite extra virgem.
  • Acompanha qualquer estufado ou assado de carne, incluindo frango. É um bom acompanhamento para pombos ou codorniz. Sempre que a polenta seja servida quente e macia, deve haver suficiente molho das carnes que a acompanham para lhe dar tempero.
  • Se for deixada arrefecer, pode ser fatiada e grelhada, servida depois com um fritto misto di pesce, uma fritada mista de peixe e legumes.
  • Pode ser também fatiada e cozinhada como a lasanha, com inúmeros recheios.
  • Cortada em palitos e frita em óleo pode ser servida em saladas ou como aperitivo.
  • Existe polenta em amarelo e branco, dependendo se se usa milho amarelo ou branco, embora o amarelo seja mais comum. O grão da farinha pode ser maior ou menor, sendo o de maior grão o que permite obter melhor textura e sabor.



Preparar a polenta:
  • 1,75 l de água
  • 1 c. sopa de sal
  • 255 gr de farinha de milho (amarela e de grão grosseiro)
Colocar a água numa panela grande. Adicionar o sal, deixar ferver e adicionar a farinha deixando cair quase em fio sobre a água, lentamente, de modo a poder ver os grãos de farinha. Não deixar nunca de bater, tendo sempre a água a ferver.
Após juntar toda a farinha, começar a misturar com uma colher de pau, misturando continuamente e passando pelas paredes laterais da panela. Continuar a misturar durante 40-45 minutos. A farinha de milho torna-se polenta quando forma uma massa que não adere às paredes da panela.
Humedecer o interior de uma taça com água fria. Deitar a polenta na taça. Após 10-15 minutos, virar a taça sobre uma superfície e desenformar. 
Se for para servir cremosa e quente servi-la imediatamente, fazendo uma cavidade no centro e colocando aí o que tiver preparado para servir com a polenta.
Se pretender deixá-la arrefecer e servi-la fria e firme de modo a poder fatiá-la, então em vez de a deitar na taça espalhe-a numa superfície de modo a obter uma camada com cerca de 7,5 cm.

Se não tiver o tempo necessário para a preparação que a polenta exige, pode então usar polenta instantânea. Embora diferente em textura e sabor e apresentando-se um tanto ou quanto amarga, é uma boa alternativa.
Para a confeccionar seguir as instruções do fabricante.


Adaptado de: The Essentials of Classic Italian Cooking, Marcella Hazan, 2011

Bolinho de chuva...açúcar e canela?


"Em sua versão original, no final do século XVIII, a receita do Bolinho era feita com mandioca ou cará. O trigo era pouco, caro, vinha de Portugal, e raras eram as receitas com a "Farinha do Reino". Em compensação, o bolinho era feito com muitos ovos, açúcar, leite, frito em gordura de porco. Tinha muitos nomes carinhosos como Quero Mais, Quero Quero, Desmamados. Nunca teve a pretensão de ser doce de Sinhá, nem ter a delicadeza dos complicados pontos de caldas, das massas moldadas durante horas por mãos finas e delicadas. Sua vocação sempre foi o sabor e o encanto dos olhos das crianças, que ansiavam pela hora em que eles saíam dos tachos dos fogões de lenha, quando eram generosamente polvilhados com açúcar e canela perfumada. Descontraídos, afetivos, leves, por muito tempo foram à comida do entrudo, do carnaval de então. Eram chamados de Filós de Carnaval, assim, com sotaque português. Levavam o sabor de mãos escravas e, talvez por isso, alguma sinhazinha ciumenta tenha lhes apelidado de Bolinhos de Negra. Muitas escravas saíram do anonimato para ligar seus nomes a essa receita, homenagem que atravessou os séculos: ainda se encontram cadernos de receitas onde ele é chamado de Bolinhos da Negra Ambrósia ou da Negra Marcionila. A mais famosa entre as autoras do Bolinho foi sem dúvida criada por Monteiro Lobato. Não há episódio entre as histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo que não termine com Narizinho, Emília e Pedrinho comendo os Bolinhos de Tia Nastácia. Lembra infância. Porque bolinho de chuva? Alguém, em alguma tarde de chuva do século XX, disse, que os bolinhos traziam a alegria às horas em que não se podia correr ou brincar nos quintais por causa do tempo chuvoso."







Ingredientes:
  • 3 chávenas de farinha
  • 1/2 chávena de açúcar
  • 1 c. sopa de fermento em pó
  • raspas de 1 limão
  • 1 1/3 chávena de leite
  • 3 ovos
  • óleo para fritar
  • açúcar e canela em pó
Preparação:
  1. Numa tigela grande, misturar a farinha, o açúcar, o fermento e as raspas de limão. Juntar o leite, os ovos e misturar apenas até obter uma massa lisa e homogénea (se mexer demais os bolinhos ficam pesados; se quiser uma massa ainda mais leve pode juntar as claras batidas em castelo).
  2. Numa frigideira aquecer o óleo e quando começar a borbulhar, baixar o lume para evitar que os bolinhos fiquem muito escuros por fora e crus por dentro, mas não deixar arrefecer muito para que não fiquem ensopados.
  3. Com a ajuda de uma colher de sobremesa, deitar colheradas de massa no óleo. Virar com uma escumadeira e deixar fritar até que estejam crescidos, macios por dentro e dourados por fora.
  4. Retirar da frigideira, escorrer sobre papel absorvente, passar para um prato e polvilhar com açúcar e canela, a gosto, enquanto ainda estiverem mornos.

Sugestões: pode ser dado outro sabor a esta mesma massa, usando raspas de laranja, essência de baunilha, sementes de erva-doce, canela ou noz-moscada, leite de coco e coco ralado. Se se substituir o açúcar por um pouco de sal e 1/2 chávena de queijo ralado ou um pouco de curry, obtêm-se uns bolinhos salgados deliciosos e muitos fáceis de preparar!




Bolinhos de Natal!

E estamos em Dezembro, o mês do Natal...





Adaptado de: Le Grand Livre Marabout de La Pâtisserie Facile, 2012


Ingredientes:
  • 250 gr de farinha
  • 40 gr de pó de amêndoas
  • 75 gr de açúcar em pó
  • 1 c. chá de mistura de especiarias *
  • 1 c. chá de extracto de baunilha
  • 125 gr de manteiga, fria e cortada em cubos
  • 2 c. sopa de água
  • cerca de 700 gr de bolo de nozes
  • 80 ml de cointreau ou outro licor a gosto
  • 1 clara de ovo
  • 300 gr de chocolate negro fundido
  • 100 gr de chocolate branco
  • cerejas em calda ou cristalizadas
* misturar numa pequena taça 2 c.chá de gengibre em pó, 1 c. chá de canela em pó, 1/2 c. chá de noz moscada e 1/4 c. chá de cravinho em pó


Preparação:
  • Misturar a farinha, o pó de amêndoas, o açúcar em pó, as especiarias, o extracto de baunilha e a manteiga. Adicionar a água e misturar até formar uma bola de massa.
  • Amassar numa superfície de trabalho enfarinhada até que fique elástica.
  • Espalhar a massa entre 2 folhas de papel vegetal, formando uma camada com cerca de 5 mm de espessura.Levar ao frigorífico cerca de 30 minutos.
  • Aquecer o forno a 180 ºC. Untar um tabuleiro e forrar com papel vegetal.
  • Cortar pequenas rodelas de massa, com cerca de 5,5 cm de diâmetro e colocá-las no tabuleiro.
  • Levar ao forno durante cerca de 10 minutos.                                                                               



  • Numa tigela esfarelar o bolo com a ajuda de um garfo e juntar o licor. Com a ajuda de pequenas taças, fazer meias bolas com a mistura bem comprimida.
  • Retirar os biscoitos do forno e pincelar a superfície com um pouco de clara de ovo. Colocar por cima a meia bola de bolo de noz.





  • Levar ao forno por mais 5 minutos.
  • Retirar do forno e deixar arrefecer completamente em cima de uma grelha.
  • Colocar o chocolate negro derretido por cima de cada biscoito e deixar arrefecer (se necessário colocar no frigorífico por cerca de 10 minutos).
  • Finalmente colocar por cima um pouco de chocolate branco derretido. Terminar com uma cereja no topo.





Spaghetti com molho rústico de tomate, bacalhau e oregãos

Um prato simples e bem saboroso, inspirado numa receita que não costuma faltar às mesas de Natal no Sul de Itália. Muito prático, pois o molho é totalmente preparado no forno, juntamente com o bacalhau.





Adaptado de: Bacalhau - Receitas e histórias, das águas geladas às caçarolas, Heloísa Bacellar, 2009


Ingredientes (para 6 pessoas):

  • 1 kg de aparas de bacalhau, bem limpas e dessalgadas
  • 12 tomates bem vermelhos, sem sementes, cortados ao meio
  • 1 cebola grande, em cubinhos
  • 2 dentes de alho bem picadinhos
  • 1 pequeno ramo de orégãos, de preferência frescos
  • 500 gr de spaghetti
  • azeite
  • sal e pimenta-do-reino

Preparação:
  1. Aquecer o forno a 180 ºC. 
  2. Numa assadeira colocar de um dos lados o bacalhau e do outro o tomate, a cebola, o alho e metade dos oregãos.
  3. Polvilhar tanto o lado do tomate como o do bacalhau com sal e pimenta, regar com azeite até ficar bem húmido e levar ao forno cerca de 1 hora, até que o tomate e o bacalhau estejam macios e perfumados.
  4. Retirar do forno, passar o bacalhau para um prato separar bem as lascas e retirar qualquer espinha. Voltar a colocar na assadeira.
  5. Retirar os ramos murchos dos oregãos e a pele solta do tomate e com um garfo quebrar o tomate em pedaços menores.
  6. Misturar tudo, acertar o sal e a pimenta, e acrescentar os restantes oregãos.
  7. Entretanto, cozer o spaghetti al dente escorrer, passar para uma travessa, juntar o molho de bacalhau e tomate e servir.

Scones com tâmaras

Enriquecidos com tâmaras, estes scones são óptimos quentes e barrados com uma manteiga "doce" ...





Adaptado de: Le Grand Livre Marabout de La Pâtisserie Facile, 2012


Ingredientes:


  • 30 gr de manteiga amolecida
  • 55 gr de açúcar mascavado
  • 1 gema de ovo
  • 375 gr de farinha com fermento
  • 50 gr de tâmaras sem caroço e finamente picadas
  • 310 ml de leite
para a manteiga "doce":
  • 150 gr de manteiga
  • 55 gr de açúcar mascavado
  • 2 c. café de extracto de baunilha

Preparação:
  1. Aquecer o forno a 220 ºC. Untar uma forma quadrada com manteiga.
  2. Bater a manteiga, o açúcar e a gema até obter um creme. Adicionar a farinha peneirada, as tâmaras e o leite. Fazer misturar o leite com a ajuda de uma faca, até obter uma mistura pegajosa.
  3. Deitar a massa numa superfície enfarinhada e amassar até obter uma massa lisa. Se necessário, adicionar mais um pouco de farinha ou leite até obter a consistência desejada.
  4. Cortar a massa no formato desejado (pequeno triângulos, bolas, etc) e colocá-los no tabuleiro. Pincelar os scones com um pouco de leite.
  5. Levar ao forno cerca de 20 minutos
  6. Preparar então a manteiga "doce": bater todos os ingredientes com uma batedeira até obter um creme.
Servir os scones ainda quentes, barrados com a manteiga.






Os livros de Heloísa Bacellar


" Quando se começa a cozinhar e a entender como se faz, o medo de dar errado passa a não incomodar tanto (ele sempre fica rondando, mas, com a prática a gente aprende a espantar esse bicho-papão); o instinto começa a guiar os passos na cozinha e, de repente, percebe-se que dá para fazer muito com poucos ingredientes e sem tomar tempo demais. O que importa é cozinhar com calma, paz e muito carinho, pois tudo isso vai para o prato e quem come percebe."
Heloísa Bacellar 


Os livros de Heloisa Bacellar são...uma delícia! Pelas histórias, pelas dicas, pelas receitas, pelas fotos, pelas cores, e pelos cheiros e sabores que tão bem transmitem. Lêem-se quase como um romance, onde de cada vez que se abrem se descobrem coisas novas e surpreendentes.

Por isso são os primeiros na minha lista de favoritos! E muitas receitas que aqui vão encontrar serão inspiradas nestes livros. Cada capítulo de "Cozinhando para amigos" e "Entre panelas e tijelas" é dedicado a um tema, um ingrediente, um país ou uma época do ano, oferecendo histórias, dicas, receitas, menús e tantas outras coisas bem interessantes.







O livro "Bacalhau - receitas e histórias", bem mais pequeno, começa com histórias sobre o bacalhau - origem, tradições, processos de conservação, propriedades e formas de preparação. Seguem-se 22 receitas, de diferentes origens: algumas mais clássicas, outras mais contemporâneas, mas todas elas apetecíveis.

São livros a não perder!