“Folhas” de massa levedada, ligeiramente doce, intercaladas com uma mistura
de manteiga, açúcar e canela. Este é um folar típico da zona de Olhão, no
Algarve, que se prepara durante todo o ano, e também na zona de Estói, onde lhe
adicionam o mel. Pela Páscoa, deve levar ovos crús, com casca, entre a 3ª e 4ª
camadas. Diferente na preparação relativamente a todos os outros folares que se
preparam nesta época, fica com este aspecto de um bolo de folhas, onde a
textura mais seca da massa é contrabalançada com o caramelizado do recheio. E é
também chamado bolo de tacho pois tradicionalmente é preparado num vulgar tacho
de alumínio. De resto, o simbolismo e significado nestas celebrações é o mesmo:
uma oferta de padrinhos e madrinhas aos seus afilhados, assente numa ritual de
dádiva, solidariedade e convívio.
Não são poucas as variedades de folares que encontramos por todo o país,
entre doces e salgados, e com formatos diversos. E é nesse aspecto de diversidade
de receitas que se assemelha a um outro bolo que não dispensamos, não só na
Páscoa mas durante todo o ano: o pão-de-ló (ver mais sobre o pão-de-ló aqui no blogue).
Feliz Páscoa!
Receita adaptada de:
Festas e comeres do Povo Português (II)
Mª de
Lurdes Modesto, Afonso Praça e Nuno Calvet
Verbo,1999