Lasanha com cogumelos e presunto





Adaptado de : The Essentials of Classic Italian Cooking, Marcella Hazan, Boxtree (Macmillan Pub. Ltd), 2011

Ingredientes (para cerca de 6 pessoas):

675 gr de cogumelos brancos, frescos
3 c. sopa de azeite
45 gr de manteiga e mais um pouco para untar o tabuleiro
6 c. sopa de cebola finamente picada
85 gr de tomate pelado, escorrido e bem picado
2 c. sopa de salsa picada
placas de lasanha (fresca de preferência)
500 ml de molho béchamel
350 gr de presunto, cortado em pequenas tiras
85 gr de queijo parmigiano-reggiano

Preparação:

Lavar bem os cogumelos em água corrente, escorrer e secar bem com uma toalha ou papel. Cortá-los em fatias no sentido do comprimento.
Numa frigideira larga colocar o azeite e a manteiga, juntar a cebola e deixar alourar em lume brando. Juntar a salsa e o tomate, misturar bem e deixar cozinhar, meio tapada, em lume médio. 
Quando quase todo o líquido tiver evaporado, juntar os cogumelos, temperar com sal e pimenta moída, e deixar cozinhar destapado cerca de 7-8 minutos, até que o líquido laragado pelos cogumelos tenha evaporado. Corrigir o sal e a pimenta e separar.
Untar o tabuleiro da lasanha com manteiga e um pouco de béchamel. Colocar uma primeira placa de lasanha. Misturar 2 a 3 c. sopa de béchamel na preparação de cogumelos e colocar um pouco por cima da placa. Espalhar então um pouco de presunto e finalizar com o queijo ralado. Repetir esta operação até esgotar os ingredientes, terminando com uma placa de lasanha.
Deitar por cima o molho béchamel e espalhar queijo parmesão por toda a superfície.
Levar ao forno a 200º C, durante cerca de 15 minutos, até apresentar uma superfície dourada.
Retirar do forno, deixar descansar 10 minutos e servir, acompanhado de queijo parmigiano-reggiano ralado.



Um Livro e uma Receita no Dia Mundial do Livro

Comemora-se hoje o Dia Mundial do Livro. E Cooking não podia deixar passar esta data, ou não fosse este um blogue sobre Livros de Cozinha e as suas receitas.

Um Livro, qualquer que ele seja, pode transportar-nos para mundos desconhecidos, transmitir emoções e sensações diversas com o simples acto de o folhear.
Com os Livros de Cozinha podemos até imaginar cheiros e sabores transmitidos pelas suas descrições, histórias, ingredientes e fotografias. Quando experimentamos as suas receitas, podemos descobrir novas sensações e passamos a ver esse Livro de outra forma. Por vezes também há desilusões, e por isso a escrita relacionada com culinária e gastronomia, da mesma forma que a execução das receitas, exige muito rigor. 

E por essa razão escolhi este Livro para apresentar neste dia: a mais recente edição de Hummingbird Bakery, com 100 receitas inspiradoras e fáceis de executar em casa. Resultado de muita preparação e de uma prática a preparar pastelaria, desde logo o aspecto gráfico é encantador e as propostas de receitas são muito interessantes. 


O seu autor, Tarek Malouf, abriu o seu primeiro espaço "Hummingbird Bakery" em Londres em 2004,  após ter percebido que aí não existiam espaços com uma oferta de pastelaria de boa qualidade tal como existiam na América. Estudou pastelaria em Nova Iorque, onde aprendeu sobre ingredientes e técnicas, criou receitas, testou-as com a família e os amigos. O sucesso foi instantâneo. Já tem 5 espaços abertos em Londres e um fora do Reino Unido, no Dubai Mall, e este livro é o 3º que publica.

Com 303 páginas , o livro está dividido em 7 capítulos, apresentando ainda uma introdução e no final algumas indicações essenciais sobre pastelaria (ingredientes, equipamentos e técnicas):

Cupcakes
Cakes, Cheesecakes & Roulades
Cookies & Biscuits
Pies & Cobblers
Traybakes
Sweet Treats & Classic Puds
Savouries



A receita de biscoitos que escolhemos para preparar é quase uma "instituição" Americana. Têm uma consistência idêntica a um biscoito amanteigado, que quase se derretem na boca, em contraste com o crocante da noz pecan, e são tão simples de fazer que até as crianças podem ajudar na sua preparação.


Pecan Sandies



Adaptado de: The Hummingbird Bakery: Home Sweet Home, Tarek Malouf, Harper Collins Publishers, 2013


Ingredientes:

Para a massa

100 gr de manteiga sem sal, amolecida
100 gr de açúcar mascavado
125 ml de óleo vegetal
1 ovo grande
1/2 c. chá de extracto de baunilha
340 gr de farinha
1/2 c. chá de bicarbonato de sódio
1/2 c. chá de fermento em pó
1/2 c. chá de sal
100 gr de nozes pecan, picadas

Para decorar

açúcar
nozes pecan inteiras 

Preparação:

Forrar um tabuleiro com papel vegetal.
Bater o açúcar com a manteiga até obter uma mistura cremosa.
Adicionar o óleo e bater bem até misturar.
Juntar o ovo e o extracto de baunilha e misturar bem.
Misturar então a farinha, o fermento, o bicarbonato e o sal, e bater até obter uma mistura homogénea.
Juntar as nozes pecan e misturar.
Envolver a massa em película aderente e levar ao frigorífico durante cerca de 30 minutos.
Pré-aquecer o forno a 170 ºC. 
Formar pequenas bolas com a massa e passá-las por açúcar até cobrir completamente. Colocar por cima de cada uma a noz pecan inteira.
Levar ao forno cerca de 15 a 20 minutos, ou até que os bordos das bolachas fiquem ligeiramente dourados.
Deixar arrefecer sobre uma rede antes de servir.



Queques de arando, laranja e amêndoa





Adaptado de: Iguarias Saudáveis, Isidora Popovic, 2010


Ingredientes:

2 ovos
80 gr de açúcar amarelo
50 ml de óleo vegetal
algumas gotas de essência de baunilha
150 gr de farinha sem fermento
2 1/2 c. chá de fermento em pó
raspa fina e sumo de 1 laranja
100 gr de arandos secos

Para a cobertura:
50 gr de arandos secos
1 c. sopa de amêndoa em palitos
açúcar mascavado claro


Preparação:

Pré-aquecer o forno a 180 ºC.
Colocar numa tijela os ovos, o açúcar, o óleo, a raspa e sumo de laranja e bater bem até obter um líquido cremoso.
Misturar a farinha e o fermento numa taça e de seguida adicionar ao líquido.
Juntar os arandos até ficarem bem distribuidos pela massa.
Encher cerca de 2/3 de cada forma com a massa. Espalhar os arandos e a amêndoa por cima e acabar polvilhando com o açúcar.
Levar ao forno durante cerca de 25 minutos, sem abrir o forno durante a cozedura, pois isso pode abater os queques. Quando estiverem prontos deverão estar crescidos e flexíveis ao toque.





São  melhores servidos quentes, mas se forem guardados deverão ser mantidos num recipente bem fechado, no máximo durante 2-3 dias, podendo voltar a ser aquecidos.





Mac 'n' cheese com couve-flor e queijo Cheddar

Um prato que desde à muito tempo tem sido associado à cozinha Americana, parece ter as suas origens na Idade Média, existindo referências de uma caçarola de queijo e massas num livro de receitas Inglês do séc. XIV. Já no séc. XVIII, em Itália, era considerado um prato da classe alta. Em Paris, nessa mesma altura, eram muito populares pratos de "Maccarroni" com vários molhos.
Em 1802, o Presidente Americano Thomas Jefferson terá servido uma "torta de macarrão" num jantar de Estado: um prato feito com macarrão, mozzarela, cheddar ralado, parmesão e pão ralado.
Desde então popularizou-se de tal forma que existem hoje em dia na América restaurantes que apenas servem pratos de macarrão e queijo...



Adaptado de: Cozinha sem limites, Gordon Ramsay, Porto Editora, 2013

Ingredientes:

300 gr de couve-flor
300 gr de macarrão seco
60 gr de manteiga, mais uns bocadinhos extra
4 c. sopa de farinha sem fermento 
2 c. chá de pó de mostarda ou 1 c. chá de mostarda
600 ml de leite gordo
pimenta de caiena
sal
300 gr de queijo Cheddar ralado
3 c. sopa de pão ralado
1 c. sopa de oregãos ou folhas de tomilho

Preparação:   


Levar a ferver uma caçarola grande com água bem salgada. Juntar a couve-flor e cozinhar durante 4-5 minutos até ficar tenra. Retirar com uma escumadeira, arrefecer numa taça com água fria e secar bem.
Na mesma água salgada cozer o macarrão al dente. Escorrer, arrefecer com água fria corrente e secar bem. Misturar com a couve-flor numa taça grande e juntar uns pedacinhos de manteiga.
Pré-aquecer o forno a 200 ºC. Aquecer a manteiga numa caçarola e misturar a farinha (se usar a mostarda em pó adicioná-la também nesta fase) e deixar cozinhar até se descolar do fundo da caçarola. Adicionar aos poucos o leite, batendo continuamente. Levar a lume brando, mexendo sempre, até que a mistura engrosse.Tempere com sal e pimenta de caiena (e a mostarda caso use líquida).
Misturar metade do queijo e mexer até derreter e o molho ficar macio. Juntar ao macarrão com a couve-flor e misturar bem. Espalhar numa travessa larga que possa ir ao lume.
Misturar o queijo que sobrou com o pão ralado e os oregãos, e espalhar por cima da travessa.
Levar ao forno durante cerca de 15-20 minutos até a cobertura dourar e ficar estaladiça.
Servir imediatamente.


Cheesecake de Oreo e Nutella com chocolate

Há muito tempo que procurava uma receita com oreos.Quando encontrei esta, não hesitei, pois para além de Oreos, levava Nutella, aquele creme com sabor a avelã delicioso, e chocolate. Melhor combinação de sabores é quase impossível.
Adaptei ligeiramente a receita original na quantidade de ingredientes, e o resultado foi fantástico!



Adaptado de: Cuisine en Scène

Ingredientes:

Base
cerca de 150 gr de oreos (1 pacote)
1 c. sopa de manteiga

Recheio

200 gr de queijo Philadelphia
200 gr de Nutella
40 gr de chocolate negro (70% de cacau)

Decoração

Mini-Oreos

Preparação:

Num robot colocar as Oreos e desfazê-las, juntar a manteiga derretida e misturar bem.
Colocar a massa no fundo de uma forma de aro amovível e levar ao frio cerca de 1/2 hora para endurecer.
Colocar o chocolate e a Nutella numa taça e levar a banho maria até derreter bem o chocolate, e misturar.
Retirar do banho maria e juntar o queijo  Philadelphia, misturando bem até homogeneizar.
Colocar esta mistura na forma por cima da base de Oreos.
Decorar com as mini-Oreos e levar ao frio pelo menos durante 4 horas.



Salmão com alcaparras e vinagre, ao estilo Stimpirata

Em Siracusa, na Sicília, esta preparação é usada principalmente para cozinhar espadarte e ocasionalmente atum fresco. Mas também o salmão liga muito bem com os sabores deste molho de alcaparras, aipo e vinagre. Pode ser usado salmão em filetes ou em tranches. O sabor do vinagre é bastante atenuado pela presença da cebola e do aipo, e a combinação resulta num sabor muito agradável.




Adaptado de : The Essentials of Classic Italian Cooking, Marcella Hazan, Boxtree (Macmillan Pub. Ltd), 2011


Ingredientes:

3 c. sopa de azeite
4 c. sopa de cebola finamente picada
6 c. sopa de aipo finamente picado
2 c. sopa de alcaparras (bem escorridas, se forem em vinagre)
óleo vegetal para saltear o peixe
900 gr de salmão em tranches ou filetes
cerca de 85 gr de farinha
pimenta moída
sal
4 c. sopa de vinagre


Preparação:

Colocar o azeite numa frigideira onde mais tarde possam ser colocados os filtes de peixe.  Cozinhar a cebola até ficar dourada, e adicionar o aipo. Cozinhar por alguns minutos, até que o aipo fique macio. Adicionar as alcaparras e cozinhar cerca de meio minuto, mexendo. Retirar do lume.

Numa outra frigideira colocar óleo vegetal até cerca de 1 cm de altura. Passar os filetes de salmão de ambos os lados pela farinha e cozinhá-los no óleo bem quente. Retirar do óleo e adicionar sal e pimenta moída.

Levar ao lume a frigideira com o molho de alcaparras e aipo, deixar ferver e nessa altura adicionar os filetes de salmão, virá-los para os envolver melhor no molho e adicionar o vinagre. Deixar ferver cerca de 1 minuto, transferir para um prato aquecido e servir imediatamente. Como acompanhamento, um puré de batata.




Pausa para um Snack...à la Française!

O lançamento do Snack à la Française foi o pretexto para a Président juntar num workshop com o Chef Chakall um grupo de bloguistas e apresentar este seu novo produto num conjunto de receitas simples, fáceis de executar mas que poderão certamente fazer um sucesso em qualquer mesa. Com a presença da Ana (Marmita), Sónia (As receitas da Patanisca), Dulce (Duxa's Kitchen), Suzana  (Gourmets Amadores), Joana (Palavras que Enchem a Barriga), Ana (Receitas Fáceis, Rápidas e Saborosas), Cristina (Salpicos Doces), Isabel (Three Fat Ladies), Carla (Meu Tempero), Antónia (Shopping Spirit), Cláudia (Azeitona Verde) e  Raquel  (Les Bons Vivants), foi sem dúvida um fim de tarde muito agradável e a possibilidade de conhecer pessoalmente quem anda neste mundo virtual dos blogues, de quem vemos os trabalhos mas mais raramente as pessoas que estão por detrás.


Para comer um snack à la Française a minha opção vai para...um snack! Servido numa baguete, a que juntei alface roxa, chutney de manga, presunto e tomate seco. 
 



Ingredientes:

Baguete
Snack Président
Presunto em fatias finas
Chutney de maçã
Alface roxa
Tomate seco


Preparação:

Cortar a baguete ao meio. Cortar o snack ao meio no sentido do comprimento e colocar uma metade sobre a baguete. Colocar os restantes ingredientes pela ordem preferida e servir.



bon appétit!

Iogurtecake com compota de cereja

Uma alternativa ao cheesecake, preparada com iogurte, e coberta com uma deliciosa compota de cereja, que pode ser susbtituida por outra compota ou geleia a gosto, e complementada com fruta fresca.




Adaptado de: Flagrante delícia, Leonor de Sousa Bastos, Objectiva, 2010


Ingredientes:

10 gr de farinha de trigo
160 gr de açúcar
400 gr de iogurte natural
2 ovos
2 gemas
100 ml de natas

Preparação:

Pré-aquecer o forno a 165 ºC.
Preparar um tabuleiro de forno para cozer em banho-maria.
Untar com manteiga uma forma redonda e forrar a base com papel vegetal.
Numa tijela misturar a farinha com o açúcar e o iogurte.
Adicionar os ovos e as gemas, previamente batidos, misturando bem.
Por fim, adicionar as natas, misturando até homogeneizar.
Deitar o creme na forma, colocar no tabuleiro contendo água até metade da altura da forma e levar ao forno durante cerca de 1 hora, ou até que os lados fiquem firmes e o centro abane ligeiramente.
Retirar a forma do tabuleiro e deixar arrefecer completamente.
Refrigerar, no mínimo, 8 horas e só depois desenformar.
Cobrir com a compota e refrigerar antes de servir.




Fruta aromatizada com manjericão

Preparada com manga, esta receita pode ser usada para aromatizar variadas combinações de frutas. A salada sugerida na receita original é composta por manga, papaia, ananás, kiwi, maracujá, laranja e toranja, a que se pode também adicionar morangos, framboesas ou bananas.
A frescura da fruta é reforçada pelo xarope aromatizado com manjericão e raspa de laranja e limão. Uma forma simples e saborosa de servir fruta fresca!



Adaptado de: Ladurée sucré, Vários autores, Chêne, 2010

Ingredientes:

3 mangas cortadas em pedaços não muito pequenos
raspa de 1 limão
raspa de 1 laranja
250 ml de água
150 gr de açúcar 
4 folhas de manjericão fresco, mais 2 folhas para decorar (opcional)

Preparação:

Numa caçarola colocar a água, o açúcar e as raspas de limão e laranja e levar ao lume até entrar em ebulição.
Retirar do lume e juntar a folhas de manjericão picadas.
Tapar e deixar em infusão durante 30 minutos.
Colocar a fruta numa saladeira e juntar o xarope de manjericão e citrinos.
Se desejar, juntar mais 2 folhas de manjericão picado e envolver na salada.
Guardar no frigorífico, tapado com película, durante cerca de 2 horas antes de servir.



Morango e chocolate para uma sobremesa rápida!

Uma receita simples e fácil de preparar, que vai bem a acompanhar uns morangos  fresquinhos!




Adaptado de:  Le Grand Livre Marabout de La Pâtisserie Facile, 2012


Ingredientes:

125 gr de manteiga amolecida
225 gr de açúcar amarelo
2 ovos
160 ml de leite
240 ml de natas
300 gr de farinha com fermento
70 gr de cacau em pó

Para a ganache:
160 ml de natas
200 gr de chocolate negro em pequenos pedaços

Morangos para decorar

Preparação:


Pré-aquecer o forno a 180 ºC. Untar uma forma com 23 cm de diâmetro e forrá-la com papel vegetal.
Bater bem a manteiga com o açúcar até obter uma mistura cremosa e fofa. Incorporar os ovos, um de cada vez. 
Colocar a mistura numa tijela grande. Misturar as natas e o leite e juntá-los à mistura.
Adicionar  os ingredientes secos, previamente misturados e peneirados, por 2 vezes.
Deitar a massa na forma, bater ligeiramente sobre a bancada para libertar alguma bolha de ar do seu interior e levar ao forno cerca de 50 minutos.
Deixar repousar 5 minutos antes de desenformar.
arrefecer sobre um agrelha.

Para a ganache, juntar as natas e o chocolate e colocar num recipiente em banho-maria até obter uma mistura homogénea. Retirar do banho-maria e deixar arrefecer cerca de 45 minutos.

Cortar o bolo ao meio e rechear com um pouco de ganache. Cobrir o bolo com a restante ganache e decorar com morangos.




Há caril...e caril





"...visitei a Índia e decidi pedir a pessoas de diferentes partes do país que me definissem "caril". A maioria das pessoas a quem perguntei teve dificuldade! Não é que ninguém conheça o caril, mas conhecem-no tão bem que não o podem definir genericamente. Significa coisas diferentes para pessoas diferentes.
Essencialmente, qualquer peixe, carne ou legume, cozinhado em ou com especiarias e líquido é caril. As especiarias e o líquido formam um molho que se torna parte do prato. São as especiarias ou a combinação de especiarias que diferenciam cada caril. O método de confecção vai do simples ao sublime - nalguns casos pode ser tão simples como cozer num caldo com especiarias, enquanto que noutros pode ser uma complexa combinação de fritar, assar e estufar."
                                                                      

                                                                           em Caril, Civilização Editora, 2007


Com o tempo este tipo de culinária espalhou-se pelo mundo e hoje em dia existe sob diversas formas em diferentes partes do mundo. Com origem na Índia, onde existem diferenças entre o Norte da Índia (com base em equipamentos e ingredientes que vieram da Pérsia e do Médio Oriente através do Afeganistão e do Paquistão), e o Sul da Índia (onde a culinária foi construida pelos nativos da região, os Dravidianos), muitas outras regiões adaptaram  e criaram o seu próprio caril: na Tailândia, desenvolveu-se um caril com complexidade nas especiarias, leveza do toque e profundidade de sabor; no Sudoeste Asiático Continental - Cambodja, Laos e Vietname - o caril foi adaptado para incorporar os sabores locais e ingredientes desta zona do mundo. Chegou a África, Grã-Bretanha, Caraíbas e Japão.

Sobre as especiarias e o modo de cozinhar podiamos estar horas a falar...ficam aqui algumas curiosidades, muitas mais poderão encontrar no livro sobre o Caril que já mencionei:

A culinária do Norte da Índia tem as suas raízes na Pérsia, de onde é originário o tandoor, um forno de argila cilíndrico utilizado na culinária e panificação; com a chegada do tandoor pelos invasores muçulmanos, começou o grande fenómeno da culinária "tandoori", que se espalhou por todo o mundo e tem, juntamente com o caril, representado a cozinha Indiana. Com regiões de diferentes climas, encontramos em zonas áridas pratos com caça (veados, javalis, etc), raízes bagas e frutos secos. O iogurte é usado para cozinhar e como bebida pois é refrescante. Nas zonas de clima mais moderado abundam os lacticínios, bem como os legumes frescos, e existe criação de galinha e cordeiros. Finalmente nas regiões onde a terra é mais fértil abunda o arroz e os legumes, e também o peixe quando há proximidade ao mar. Pelo facto da maioria dos Indianos do Norte serem hindus e muçulmanos, que estão proibidos pela sua religião de comerem, respectivamente, vacas e porcos, cerca de 65% da população é vegetariana, o que explica o grande número de pratos de caril vegetarianos.

Apesar das invasões, do comércio, das conversões religiosas e da modernização, a essência cultural do Sul da Índia foi conservada. Após a independência dos Ingleses, o Sul da Índia foi dividido em 4 estados. Com uma população maioritariamente hindu, a culinária é predominantemente vegetariana. Os Indianos do Sul têm muito respeito pelo valor terapêutico dos alimentos, pelo que seguem os princípios da aiurveda na sua alimentação, sendo as refeições muito idênticas em toda a região: um monte de arroz numa folha de bananeira, com diversos pratos vegetarianos ou de carne à volta e pickles, organizados para equilibrar os sabores e dar riqueza nutritiva. Dão preferência a ingredientes frescos, como o gengibre, folhas de caril e coco. A maioria dos pratos é salteada ou cozida primeiro e depois cozinhada em massas masala à base de coco. O toque final é "temperar" o prato com folhas de caril aromático, sementes aromáticas de mostarda e o sabor das malaguetas vermelhas secas, que tornam tão especiais os caris do Sul.





Vindaloo de porco

Esta receita tem origem em Goa, onde a culinária combina as influências Portuguesas com os picantes sabores Indianos. Os pratos Vindaloo são feitos pelas famílias Goesas para as celebrações do Natal. O que o torna especial é a combinação de caril de especiarias com vinagre. Tradicionalmente acompanhado por arroz vermelho, também é bom com arroz branco.

Ingredientes:

Para a massa de especiarias:
1 c. chá de sementes de cominhos
4 vagens de cardamomo
4 cravos da Índia
1 pau de canela
5 grãos de pimenta preta
1 malagueta verde picada (usei vermelha pois não encontrei verde)
1 pequeno pedaço com cerca de 2,5 cm de gengibre fresco picado
4 dentes de alho, descascados
3 c. sopa de sumo de limão

Para o prato:
900 gr de carne de porco sem osso, cortada em cubos
4 c. sopa de óleo vegetal
5 dentes de alho picados bem finos
2 cebolas picadas
1 c. chá de curcuma (açafrão em pó)
1/2 c. chá de malagueta em pó
1 c. chá de polpa de tomate
3 tomates sem pele e grainhas, picados
3 c. sopa de vinagre de vinho ou sidra
sal
uma pitada de pimenta preta em grão, triturada
1 c. sopa de coentros picados


Preparação:

Começar por preparar a massa de especiarias: triturar muito bem os ingredientes secos até obter um pó fino. Misturar com a malagueta, o gengibre, o alho e o sumo de limão até obter uma pasta fina.

Misturar a carne de porco com a pasta numa tigela. Tapar com película aderente, deixar a marinar num local fresco, durante cerca de 1 hora e meia.

Aquecer o óleo numa frigideira, juntar o alho e saltear durante 1 minuto. Juntar as cebolas e cozinhar até alourarem, mexendo de vez em quando. Juntar a curcuma, a malagueta em pó, a polpa de tomate, os tomates picados e o vinagre e misturar bem.

Juntar a carne de porco e sal a gosto. Cozinhar durante 10 minutos, mexendo de vez em quando. Deitar 275 ml de água e deixar levantar fervura. Reduzir o lume e deixar cozinhar durante 30 minutos, ou até a carne estar pronta e o molho espesso.

Juntar a pimenta-preta moída e servir quente, guarnecida com os coentros picados.

O arroz vermelho é cozido em água a que se junta anis estrelado e sementes de cardamomo. 
  

Adaptado de : Caril, Mahmood Akbar, Corinne Trang , Sri Owen e Das Sreedharan, Civilização Editora, 2007